Deus oferece ao homem direções para se comportar diante das maravilhas criadas por Ele. Orientações não significam imposições. Por exemplo, o velocímetro do carro oferece orientação ao motorista sobre a velocidade, porém, não impede que o condutor ultrapasse os limites permitidos por lei.
Você pode comer as frutas de todas as árvores do jardim, foi assim que Deus falou. Deus deu opção ao homem de comer ou não das frutas do jardim no momento que sentisse vontade de fazê-lo. Não sabemos se o primeiro homem gostava de todos os frutos. Provavelmente sim. Contudo, esta informação não é relevante. O importante é saber que o homem tinha suas preferências e por conta disso se deixava levar por elas para atender suas necessidades físicas, emocionais e espirituais.
Deus também falou para NÃO comer da árvore que dá conhecimento do bem e o do mal, sabendo que o homem já estava habilitado pelo livre-arbítrio para discordar do comando caso quisesse.
Deus, instituidor, apesar do domínio não montou um robô dotado de uma central regida por um controle remoto fixado em suas poderosas mãos. A criação humana não é um brinquedo até mesmo descartável de Deus. O homem é avaliado como culminância da criação de Deus. O ser humano é a coroa da criação, e por conta disso ocupa destaque sobre as demais criações e criaturas. Apesar disso, seus predicados nem sempre coincidem com os desígnios do criador e isso comprova que o homem se deixa reger por seu livre arbítrio, um dos predicados existentes nele.
“E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto” – (Gênesis 1:27,31).
Deus coroou a criatura de inúmeros presentes. Livre arbítrio é um excelente presente dentre tantos. Esta qualidade dignifica o homem dando-lhe oportunidade de discernimento e alternativa de escolha entre certo ou errado e quando o faz optando pelo correto o Criador se regozija.
O presente é de Deus, a escolha é do homem. Toda escolha gera consequência, por isso a cautela deve anteceder qualquer atitude por mais simples que possa parecer. Eva não foi cautelosa frente à palavra vinda de alguém que não era o Deus que ela conhecia de perto e digno de total confiança. Este ser infernal proferiu: “...É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” – (Gênesis 3:1b).
Os argumentos usados pelo inferno nem sempre à primeira vista são totalmente discrepantes dos preceitos de Deus. No diálogo travado no Éden a serpente (usada pelo diabo), praticamente repetiu as palavras de Deus. Não fosse um “insignificante” detalhe seria idêntica.
Se você não estudar a Bíblia e deixar de conhecer o que está escrito nela, também não saberá discernir as “insignificantes” distorções que o diabo faz com a Palavra de Deus que resulta em prejuízo. Com Eva o diabo fracionou a fala de Deus transformando a vírgula em ponto final. “... não comereis de toda árvore do jardim?”.
Sim, Deus deu este comando acrescido de um “mas”. “... MAS do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” – (Gênesis 3:3).
O presente é de Deus, a escolha é do homem. O homem não comeu forçado do fruto que estava no meio do jardim. Seus sentidos aguçados por palavras “macias” do diabo provocaram nele desejo de provar espontaneamente do fruto proibido.
Deus quer que sejamos criteriosos e para isso colocou em nós a inteligência racional. O homem não pode ser chamado de “animal racional”. O homem é um ser criado com características semelhantes às de Deus. A Bíblia cita: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” – (Gênesis 1:26).
O presente é de Deus, a escolha é do homem. Assim sendo, avalie cuidadosamente e escolha corretamente cada decisão. Não se deixe enganar. Use o presente de Deus de tal forma que o nome dEle seja sempre engrandecido no dia-a-dia.
____________ Capelão - Plínio.